Com o Carnaval cada vez mais próximo, fica quase impossível não se deparar com polêmicas — principalmente nas redes sociais — sobre uma possível perda da essência da festa. Para alguns, as escolas perderam seus fundamentos; para outros, os sambas de enredo perderam a qualidade quando comparados aos apresentados em outros carnavais. É claro que, sem figuras como Silas de Oliveira, Hélio Turco e a histórica dupla Ideval e Zelão, os sambas perdem parte de sua grandeza. No entanto, afirmar que nada de relevante está sendo feito é uma questão complexa. O próprio Carnaval de rua — principalmente em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro — parece ter entrado em um dilema: de um lado, blocos tradicionais defendem um Carnaval acessível a todos que desejam participar da folia; do outro, verdadeiras empresas, por meio de seus megablocos, não abrem mão do lucro, nem que para isso tenham que trazer atrações sem qualquer ligação real com a tradição carnavalesca. Essas questões, de grande relevância, devem ser discutidas com seriedade, fugindo do apelo imediato por likes e engajamento proporcionado pelo mundo virtual.