Músicas

Velha Guarda Nenê de Vila Matilde

A Nenê de Vila Matilde nasceu na Zona Leste de São Paulo da iniciativa de um amante do samba e seus parceiros de batuque e carnaval que queriam tornar oficial a folia do grupo e do bairro. Dessa vontade que vinha desde meados da década de 30, é fundado em 1º de janeiro de 1949 o Grêmio Recreativo Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, por Alberto Alves da Silva (24/07/1921 – 04/10/2010), o “Seu Nenê”, e freqüentadores das rodas de samba do Largo do Peixe: Geraldina Alves da Silva (sua irmã), Balbino Sodré, Antônio Alves de Almeida, o “Tókio”, Geraldo Albertino, Júlio Francisco, Juvenal Tomaz e Benedito Alberto da Silva.

Seu Nenê dedicou sua vida à escola de samba, cuja quadra fica na rua da casa em que morou por muitos anos até seu falecimento. Foi presidente da agremiação desde sua fundação até 1996 e esteve presente em, praticamente, todos os desfiles da escola, ausentando-se apenas uma vez por motivos de saúde. Contam os sambistas da Nenê de Vila Matilde que durante uma época, quando a bateria saía na rua da escola nos dias de ensaio, ela parava na porta da casa de Seu Nenê e o baluarte fazia a sua avaliação, ali mesmo, da sua janela e que, dificilmente, dava ar de aprovação da execução, motivando os batuqueiros a fazerem o melhor. E, como todos sabem, a bateria da Nenê de Vila Matilde é e sempre foi uma das mais incríveis do carnaval de São Paulo.

Seu Nenê faleceu na madrugada de segunda-feira, dia 04 de outubro de 2010, e recebeu homenagens de inúmeras – provavelmente todas – as agremiações e comunidades do samba de São Paulo e foi lembrado em todo o Brasil. Seu Nenê é o exemplo perfeito de baluarte do samba. Mestre eterno de uma vida entregue a sua escola. O sambista imortal.

E sob seu olhar, além da bateria, grandes batuqueiros, mestres, passistas, porta-bandeiras, compositores e intérpretes contribuíram com a construção da história da Nenê de Vila Matilde onde desenvolveram trabalhos que são referência até hoje, a exemplo de Mestre Lagrila (20/11/1944 – 12/12/2009), dos grandes compositores e intérpretes Marco Antônio e Armando da Mangueira, e de Paulistinha que produziu tantas obras inesquecíveis para a escola que este registro vem com seu nome em quase todas as faixas.